Reconheço a inevitabilidade do conflito entre a batalha política e a compreensão. Mas pode-se compreender o adversário mesmo combatendo-o. E, sobretudo, sustento que é preciso sempre preservar a compreensão, pois só ela faz de nós seres ao mesmo tempo lúcidos e éticos. É preciso resistir à lógica política que só consegue discernir inimigos a serem combatidos e vencidos.
A ética tem por missão resistir ao
caráter impiedoso que toma a política quando entregue a si própria. Não esvazio
o conflito, ponho em posição de destaque o conflito de ideias. Mas preservo a
compreensão e mantenho a possibilidade do perdão e da redenção. (Morin, 2000,
p.107).
MORIN, Edgar. Meus Demônios. Tradução de Leneide Duarte e
Clarisse Meireles. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
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